sábado, 12 de fevereiro de 2022

A necessidade de superar a apatia social

 

A NECESSIDADE DE SUPERAR A APATIA SOCIAL
 
Com o avanço das tecnologias, principalmente as de comunicações, constatamos um fenômeno paradoxal. Seria presumível conceber que a facilidade de comunicação facilitasse o engajamento social, e com isso o aumento do Capital Social. Somando esse fator com o acesso à informação conceberiamos um aumento do desenvolvimento pessoal. Mas, como dito, não é o que acontece.
 
Numa sociedade onde nada é feito para durar, conforme versa Zygmunt Bauman, a rapidez de mudança destas tecnologias reverbera na vida das pessoas, tanto em âmbito profissional, como nas relações sociais. Com o advento das redes sociais percebemos que as pessoas não geram mais vínculos, mas apenas conexões que podem ser facilmente desfeitas. Essa facilidade de romper, somada a falta de Inteligência Social, torna as relações humanas frágeis, líquidas, na perspectiva de Bauman.
 
Neste tipo de sociedade, onde se valoriza mais o ter do que o ser, é o que torna a profissão de professor algo extremamente importantíssimo. A atuação deste profissional deve instigar aos jovens a romper com este paradoxo do curto prazo como pensamento máximo de vida, bem como capacitá-los a pensar o mundo de modo mais engajado. Ensinar os estudantes a serem protagonistas de suas vidas, usando os recursos tecnológicos de forma saudável, este deve ser o papel docente nesta realidade cada vez mais individualista e desinteressada.
 
Ao desenvolver uma consciência de engajamento, respeito e uma postura curiosa para o mundo e a realidade social, fomentando a análise crítica é possível alterrar este cenário de apatia, assim contribuindo para a (re)construção de valores sociais.
 
Autoral, 2021.

A ação política na Modernidade Líquida


A AÇÃO POLÍTICA NA MODERNIDADE LÍQUIDA
 
Com o avanço da virtualização da vida na era pós-moderna, ou como diria Zygmunt Bauman, na Modernidade Líquida, também igualmente virtual se tornam as ações e interações políticas. O que, em grande sentido, se torna um problema para a organização do Estado, na concepção weberiana moderna. Afinal de contas, esta virtualização tende a dificultar o engajamento social no mundo real.
 
No livro Cegueira Moral Zygmunt Bauman e Leonidas Donskis (2014) discutem sobre a crise política e a busca por uma linguagem de sensibilidade, uma vez que no mundo líquido moderno o que é enaltecido é o desengajamento e o aumento do individualismo substancial. Bem como, a discussão de como que o medo é utilizado como uma ferramenta de dominação, ao mesmo tempo em que ele gera indiferença e a perda da sensibilidade humanas.
 
Com um mundo cada vez mais individualista, onde os laços humanos são rompidos com facilidade, numa era de desengajamento real, na realpolitks, em que as relações são superficialidades em redes sociais virtuais. Onde o único compromisso é o descompromisso, fortalecido pela situação problema da ação coletiva, muitas vezes as manifestações que estão alinhadas ao interesse coletivo são taxadas (estereotipadas, numa perspectiva negativa, criada ideologicamente) de “comunismo”, onde qualquer pensamento mais voltado ao coletivo é taxado de forma pejorativa.
 
Neste cenário cada vez é mais difícil encontrar meios de voltar a engajar essas pessoas, a forma mais fácil é através de processos dialógicos envolvendo empatia e compaixão. Para que com isso novamente reacendemos a esperança e o diálogo a fim de transformar a realidade social.
 
REFERÊNCIAS
BAUMAN, Zygmunt. DONSKIS, Leonidas. Cegueira moral: perda da sensibilidade na modernidade líquida. Zahar, 2014.

Setembro Amarelo

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