A NECESSIDADE DE SUPERAR A APATIA SOCIAL
Com o avanço das tecnologias, principalmente as de comunicações, constatamos um fenômeno paradoxal. Seria presumível conceber que a facilidade de comunicação facilitasse o engajamento social, e com isso o aumento do Capital Social. Somando esse fator com o acesso à informação conceberiamos um aumento do desenvolvimento pessoal. Mas, como dito, não é o que acontece.
Numa sociedade onde nada é feito para durar, conforme versa Zygmunt Bauman, a rapidez de mudança destas tecnologias reverbera na vida das pessoas, tanto em âmbito profissional, como nas relações sociais. Com o advento das redes sociais percebemos que as pessoas não geram mais vínculos, mas apenas conexões que podem ser facilmente desfeitas. Essa facilidade de romper, somada a falta de Inteligência Social, torna as relações humanas frágeis, líquidas, na perspectiva de Bauman.
Neste tipo de sociedade, onde se valoriza mais o ter do que o ser, é o que torna a profissão de professor algo extremamente importantíssimo. A atuação deste profissional deve instigar aos jovens a romper com este paradoxo do curto prazo como pensamento máximo de vida, bem como capacitá-los a pensar o mundo de modo mais engajado. Ensinar os estudantes a serem protagonistas de suas vidas, usando os recursos tecnológicos de forma saudável, este deve ser o papel docente nesta realidade cada vez mais individualista e desinteressada.
Ao desenvolver uma consciência de engajamento, respeito e uma postura curiosa para o mundo e a realidade social, fomentando a análise crítica é possível alterrar este cenário de apatia, assim contribuindo para a (re)construção de valores sociais.
Autoral, 2021.